Vale de Traslasierras, Serra de Comechingones e Vale de Calamuchita

​​Ao pé das serras, é a capital da província homônima e uma das cidades mais importantes da Argentina. Com alojamentos de distintas categorias e todos os serviços, tem parques e espaços verdes em cada um dos pontos cardiais e redutos gastronômicos que oferecem os deliciosos sabores da região. Sua paisagem urbana tem uma beleza muito particular: um canal de quase 3 km de muralha de pedras e pontes atravessa a cidade conduzindo as águas do riacho La Cañada. Este circuito pode ser feito a pé ou de bicicleta, passando por pontos estratégicos da cidade.

Os primeiros 100 km desta viagem ganham todos os elogios: pela RP 34, a estrada atravessa as terras mais altas da província pelas Cumbres de Achala. Esta rodovia, também conhecida como o Caminho de las Altas Cumbres, une a Cidade de Córdoba com o Vale de Traslasierras.

A 130 m da RP 34, chega-se ao mirante do desfiladeiro do Batán. A vista é grandiosa: pode-se ver a cidade de Villa Carlos Paz, o dique San Roque, a cidade de Córdoba, o cerro Pan de Azúcar, em Cosquín, e parte do cordão das Serras Chicas até La Falda. E, atenção: é possível ver o voo majestoso do condor andino, o rei das Altas Cumbres. Para conhecer este lugar recomenda-se ir com guias habilitados, já que não há sinalização. A cascata Escondida, a apenas 250 m da RP 34 e dentro do desfiladeiro do Batán, cai dentro de uma enorme caverna natural formando uma bacia de água cristalina. É possível praticar canyoning ou rapel.

A mais de 2 mil metros acima do nível do mar, este parque resguarda a famosa Quebrada do Condorito, um profundo cânion no qual os condores descansam e aninham. Vê-los voar de perto é uma experiência que deslumbra adultos e crianças. É um grande lugar para observar aves e animais exclusivos da zona, como o lagarto de Achala. Há várias trilhas e circuitos para caminhar: um deles é o Balcón Norte, de onde melhor podem ser observados os condores (12 km em total, 4 horas de ida e volta), e o Balcón Sur, que deve ser feito com um guia habilitado (16 km em total, 8 horas entre ida e volta). Perto do Balcón Norte há áreas para acampar.

Uma alternativa para chegar a Mina Clavero é tomar o Camino del Peregrino, um trecho de cascalho de 28 km pela RP 14. Esta estrada lembra a trilha pela qual transitava San Gabriel Brochero, o primeiro santo que nasceu e viveu na Argentina. Há 8 estações construídas para a reflexão e oração dos peregrinos que realizam este mesmo caminho a pé, e que podem ser boas paradas para descansar e admirar as incríveis vista panorâmicas das serras.

Ao pé das Sierras Grandes, encontra-se o destino mais escolhido do Vale de Traslasierras e onde termina a rodovia das Altas Cumbres. Um de seus rios, o Mina Clavero, foi declarado uma das Sete Maravilhas Naturais da Argentina. Em seu caminho, este curso d’água se funde com o rio Panaholma, formando o rio Los Sauces. A beira desses rios há balneários com praias, rochas, tobogãs, poços para nadar e cascatas. Na zona também se pode cavalgar, fazer trekking, turismo rural e passeios de 4x4.

Com casas de adobe, antigos armazéns e uma capela de 1908, Nono é uma parada obrigatória nesta viagem. É um dos povoados mais antigos de Traslasierras com dois rios: Los Sauces, de águas cálidas e zonas de baixa profundidade, e o rio Chico, que abre seu caminho entre grandes pedras que formam poços. Um de seus pontos imperdíveis é o encontro dos rios, onde os dois cursos d’água formam uma paisagem encantadora. Entre cascatas e piscinões, somam-se os balneários Las Tropas e Los Remansos. É uma excelente zona para cavalgar em companhia de baquianos e caminhar por trilhas de distintas dificuldades.

Rodeado por um dos muros de contenção mais altos da província com seus mais de 100 metros de altura, esta represa convoca moradores da zona e visitantes a curtir seu espelho d’água de 1050 ha. Pode-se caminhar pela muralha da represa para admirar suas vistas panorâmicas e passar o dia no Clube de Pesca. É um lugar ideal para fazer passeios a vela e de caiaque.

Repleta de rosas silvestres que lhe dão o nome, Vila de las Rosas está rodeada de riachos. Há várias trilhas sinalizadas de distintos níveis de dificuldade para caminhar, entre elas La Calandria, El Picahueso, Los Jilgueros e Los Zorzales. Conhecida como a cidade portal do Chapaquí, na localidade vizinha de Los Molles está o acesso mais curto para este cerro de 2790 metros acima do nível do mar. ​​ Em Los Molles você pode visitar a Reserva Natural El Hueco, um bosque grande e cerrado de tabaquillo (Polylepis australis), que são as maiores e mais antigas árvores da província. Chega-se ao bosque através de uma trilha de dificuldade alta (distância: 24 km ida e volta, tempo: e 4 e 7 horas de subida para chegar ao bosque). Seguindo o caminho por um desnível bastante abruto pode-se chegar ao cume do Champaquí.

Duas localidades vizinhas com ruas de terra, armazéns, ranchos de adobe e arquitetura de estilo inglês. Entre seus riachos há vários caminhos para fazer trekking. Seu maior atrativo é a trilha de 30 km ao Champaquí, de dificuldade alta, para fazer em vários dias e com a companhia de um guia habilitado. Se a ideia é fazer um trekking mais tranquilo de dificuldade média, uma boa pedida é subir até o posto Ferreyra (distância: 12 km ida e volta, duração: 4 horas) ou fazer a trilha autoguiada da Quebrada de Ambrosio (distância: 6 km ida e volta, duração: 1h30, aproximadamente).Em toda esta zona também se pode fazer observação de aves, safaris fotográficos, cavalgadas e passeios de bicicleta. Um imperdível são as vinícolas, que se unem aos Caminhos do Vinho da província.

Famosa por seu microclima ao pé das Serras dos Comechingones, Merlo se encontra na província de San Luis. Com alojamentos de distintas categorias e todos os serviços, tem muito para fazer e ver: a reserva Piedra Blanca, com uma alfarrobeira avó de mais de mil anos, o caminho a Pasos Malos, com trilhas para conhecer pequenas cascatas, o riacho El Rincón, com seu salto El Tabaquillo, de 18 m de altura e a Reserva Provincial Natural Mogote Bayo.

A apenas 17 km de Merlo, chaga-se ao incrível caminho da Serra dos Comechingones. De seus 2200 m de altura pode-se avistar todo o Vale do Conlara, e se o clima ajudar, também é possível ver a imensidão do Vale de Calamuchita, em Córdoba, do outro lado da serra. Ao longo da estrada há vários mirantes e fazem-se, inclusive, batismos de parapente. É um grande lugar para ver o entardecer.

Seguindo pela RP 1 rumo ao sul está Carpintería. A partir daí pode-se subir ao cerro Blanco, conhecido por suas minas de tungstênio com uma altura de 2200 metros acima do nível do mar. Esta excursão deve ser feita com guia e as alternativas são fazê-la caminhando, a cavalo ou de 4x4. O Salto del Tigre e o Pueblo Escondido são as joias deste caminho. Outros atrativos são cavalgar pelos cerros, fazer rapel e trekkings de distintas dificuldades.

Conhecida como “O coração dos Comechingones”, esta localidade conta com o complexo turístico El Talar, com um parque nativo à beira do riacho Los Molles. É um lugar ideal para passar o dia ou acampar nas serras, com mirantes e trilhas. Por um caminho de 10 km, que pode ser feito a cavalo ou a pé, chega-se aos Siete Saltos, com suas cascatas de entre 12 e 22 m. Recomenda-se ir com guia.

No declive das Serras dos Comechingones e diante de um imponente desfiladeiro com um bosque de aroeiras e riachos transparentes está Cortaderas, com vários balneários naturais e cascatas. Aí você pode visitar a Reserva Natural Quebrada de Villa Elena e a represa Piscu Yaco, com um balneário com 100 m de praias de areia.

Tendo a localidade como ponto de partida pode-se visitar o Chorro de San Ignacio, uma área com 6 hectares com zonas de camping, estacionamento, churrasqueiras e piscinas. Seguindo o curso de um riacho, chega-se a um salto de 25 m de altura. 400 m mais adiante está a lagoa Milagrosa, com fama de ter propriedades curativas.

Última localidade deste itinerário dentro de San Luis. Em Papagayos a paisagem muda por completo porque fica cheia de palmeiras carandaí. Em companhia de guias baquianos pode-se subir até o cerro Negro atravessando desfiladeiros e descobrindo vertentes no cume dos Comenchigones. Outra opção é cavalgar entre os bosques, nadar nos poços naturais e descansar no balneário do camping municipal.

De volta a Córdoba e na RP 30, a localidade de Achiras tem um lindo balneário com serviços e praias de areia fina, cascatas e poços de pedra. Em meio a uma imponente paisagem natural, pode-se subir o cerro Inti Huasi, uma reserva cultural e jazida arqueológica situada nos terrenos da fazenda Los Cerros. Nele há cavernas e cavidades que foram habitadas pelos povos originários da região, que deixaram em suas paredes um valioso legado de pinturas rupestres, conservado até a atualidade.

Um canto serrano para curtir o rio Las Barrancas, com vários balneários rodeados de bosques. Atravessando a orla é possível chegar a lindos mirantes. Suas trilhas e circuitos são ideais para caminhar, andar de bicicleta ou fazer travessias a cavalo.

Uma das localidades mais antigas do Vale de Calamuchita e onde começa a zona dos Grandes Lagos. No Rio de los Sauces há balneários rodeados de desfiladeiros, saltos, bem como pinturas rupestres e vestígios de antigos povos originários.

Na cidade de Embalse está o lago mais imponente de Córdoba, com balneários e pontos de pouso para curtir suas praias. Conhecida com a Capital dos Esportes Náuticos, aí se pratica mergulho, caiaque, windsurfe, ski aquático e SUP. Conta com um complexo turístico destinado ao Turismo Social para descanso e desfrute da natureza em que também se realizam atividades turísticas, recreativas e desportivas de maneira gratuita. Por uma estrada de 6 km tem-se acesso ao cerro Pistarini, que oferece uma vista panorâmica do lago. De Embalse, e a 19 km tomando a RP 5 e conectando com a RN 36, encontra-se a localidade de Almafuerte, o portal de entrada ao Vale de Calamuchita. No lago Piedras Moras pode-se mergulhar e viver uma experiência surrealista: no fundo do lago há casas, vestígios de sedes de fazendas, pontes, bosques e até uma usina do antigo povoado de El Salto, que ficou submerso após a construção da represa.

Villa Rumipal tem balneários e praias na costa do lago Río Tercero e na beira do rio Santa Rosa. Do cerro Mirador pode-se observar o lago, as Serras Chicas e a zona urbana da vila. Outras propostas são os mirantes Villa Naturaleza, Playa de los Alemanes e do Lago. Também se pode visitar Pumakawa, uma reserva natural dedicada à conservação de espécies autóctones em perigo de extinção.

Duas paradas ideais para nadar, mergulhar e praticar esportes náuticos sem motor. A apenas 10 km de ambos os povoados, pode-se chegar à represa Cerro Pelado, andar de caiaque até suas ilhas e conhecer a flora e fauna da zona.

Atravessada pelo rio Santa Rosa, esta cidade conta com alojamentos, todos os serviços e várias praias e balneários. Vale a pena percorrer à pé a Reserva Natural La Cascada por uma trilha de quase 2 km que chega a uma lindíssima queda d’água com um poção para nadar. Outra trilha recomendada: a que vai à antiga construção Jesuíta.

Um pequeno povoado para descansar em meio a alfarrobeiras brancas e pretas, esporões de galo (por tala/celtis tala) e piquillines (Condalia microphylla). A partir daqui há duas maneiras de subir o cerro Campaquí: a opção mais acessível é de carro até o cerro Linderos e a partir daí, a pé, uns 45 minutos até o cume (é recomendável perguntar o estado da estrada previamente). A segunda alternativa sai do posto Tres Árboles, de onde se pode realizar uma excursão guiada de 2 ou 3 dias de caminhada até o cume.

Com construções de estilo alpino e rodeada de bosques e riachos, Villa General Belgrano é um dos destinos mais elegidos de Córdoba. Esta comuna serrana nasceu da combinação das tradições dos povos nativos e imigrantes, em sua maioria alemães. Uma de suas festas mais populares é a Festa da Cerveja, que ocorre no mês de outubro. Há duas trilhas autoguiadas para caminhar: a do Pozo Verde, e a da Quebrada de la Zarzamora. Outra opção é o trekking até o cume do Cerro de la Virgen e do Pico Alemán, com vistas panorâmicas a uma altura de aproximadamente 1250 metros acima do nível do mar.

É o principal portal de entrada para os montanhistas que querem subir na cúpula do cerro Champaquí. Ao longo do rio Los Reartes há várias praias para dar um mergulho ou tomar um chimarrão. Para aqueles que gostam de caminhar, há trilhas para todos os níveis e dificuldades.

É o único povoado de pedestres da Argentina: o carro fica estacionado no estacionamento comunal que está na entrada e a partir daí as ruas do centro são percorridas a pé. Entre bosques de pinho e ruas de terra, é um dos destinos mais populares das serras cordobesas. Entre seus atrativos estão o bosque de Bétulas, a Olla (uma piscina natural de mais de 6 metros de profundidade) e o famoso trekking à Cascata Grande. Outra opção é subir o cerro Wank, de dificuldade média, com vistas panorâmicas de todo o vale (distância: 6 km ida e volta, tempo: 2 horas).

Com mais de 300 anos, Los Reartes é o povoado mais antigo do Vale de Calamuchita. Ao longo do rio do mesmo nome há vários quilômetros em ziguezague com praias, balneários e pontos de parada com todos os serviços. Outros de seus rios, o do Medio, oferece um ambiente mais agreste entre águas cálidas, costas de areia fina e poços profundos para nadar. Uma trilha recomendada para caminhar é a do Yusac, que chega a um poço e um mirante.

É o segundo maior dique da província. Rodeado de montanhas e bosques é um cenário imperdível para pescadores e amantes dos esportes náuticos: aí se pratica jet ski, windsurfe, caiaque e passeios de lancha, entre várias outras atividades.

Um vilarejo na costa do lago Los Molinos, com vários balneários. É um dos destinos preferidos para a pesca do peixe-rei e dos esportes náuticos. Por sua proximidade com as Sierras Grandes, é um excelente ponto de partida para cavalgar ou caminhar atravessando extensos bosques de pinheiros. Também se pode conhecer a reserva de flora autóctone repleta de espinillos (acacia caven), esporões de galo e chañares.

Entre ruelas campestres, esta localidade mantém sua essência gauchesca com várias fazendas que oferecem alojamento, gastronomia e atividades ao ar livre. Emoldurada por rios e riachos, há várias trilhas para caminhar e pedalar.

Dentro de um terreno de 15 hectares, um gigante telescópio permite observar e aprender sobre o espaço cósmico. As visitas guiadas diurnas e noturnas são imperdíveis.

Em um canto do Vale de Paravachasca está Alta Gracia. Em pleno centro histórico se ergue o seu grande atrativo, uma das cinco Estâncias Jesuíticas declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Também se pode conhecer o Museu Che Guevara, estabelecido na casa onde o Che viveu durante sua infância. Além de suas propostas culturais, religiosas e históricas, pode-se fazer trekking pela orla do riacho Chicamtoltina, passear a cavalo por fazendas próximas e voar de parapente.

Ponto final do percurso. Ponto final do percurso.